sábado, 25 de outubro de 2008

O desespero eu agüento, o que me apavora é essa esperança.



Não fazia calor, nem haviam flores no quintal. O clima não favorecia e não era setembro. Mas dentro, talvez num canto bem escondido, restava um pouco da esperança que parecia ter sumido depois da última lágrima derramada na noite fria e solitária, depois da última promessa de nunca mais se apaixonar. Nunca mais talvez agora? As coisas mudam tão rápido que às vezes nós nem sabemos pra que lado olhar e como olhar. Talvez ela, a menina, estivesse se precipitando demais, talvez não passasse de mais uma ilusão, talvez essa falsa esperança surgisse pra tapar o buralho que tinha ficado no seu peito. Talvez fosse amor.
Mas como descobrir se era amor? Ela não parava de se perguntar, até que numa madrugada calma, chegou a conclusão de que é tudo uma questão de saber esperar, porque devagar é que se vai longe, e evita machucados. E se não fosse amor? Nesse momento, isso mais não importava, porque o que já tinha se passado até aqui a fez se sentir bem.
E se não fosse amor? Ela talvez depois de algum tempo aprendesse a esquecer, como já tinha feito tantas vezes antes (essa era a vantagem de se apegar e desapegar tão rápido).
E se não fosse amor? Seria triste, afinal, mas uma frustração pra sua coleção.
E se não fosse amor? Tentaria de todas as formas até o fim fazer com que o que se sentia (tudo menos amor) se tornasse no tal.
E se não fosse amor? Tentaria esquecer aquele sorriso, as palavras doces, o ciúme discreto e as mensagens estrategicamente intensas na madrugada.
E se fosse amor?

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